Breve histórico de formação do coletivo:
O coletivo é uma iniciativa de pessoas livremente associadas, que apresentam como características algum grau de socialização dos meios de produção e comercialização, dispositivos de cooperação no trabalho, onde a gestão doméstica prevalecerá, juntamente com a autogestão, a cooperação, os princípios da Economia Solidária e a solidariedade nas relações de trabalho, agindo e contribuindo para o enfrentamento da pobreza e da extrema pobreza, enfrentando as vulnerabilidades e riscos sociais, reduzindo as desigualdades sociais através de geração de trabalho e renda.
Nos apropriando do conceito de Bem Viver, do Sociólogo Ivo Lesbaupin (2008), que diz não existir uma definição única, mas que possui elementos comuns. Segundo esta concepção, não existe de um lado o ser humano e de outro a natureza, mas todos – seres humanos e demais seres – fazem parte da natureza. Com ela devemos viver harmoniosamente (…) Duas coisas são centrais no bem viver: o sentido de pertença à natureza e o sentido da comunidade.”
A casa que tem endereço na Praia de Itaipu travessa dois, casa um, onde se localiza Área de amortecimento do Parque Estadual da Serra da Tiririca, em uma comunidade tradicional de pescadores artesanais e como espelho de água onde existe uma reserva marinha extrativista, hoje funciona como Hospedagem domiciliar, recebendo desde 2016 eventos diversos, aulas de alimentação saudável, Yoga, curso de turismo de base comunitária para outras comunidades do fundo da Baía de Guanabara, Condução Ambiental de Visitantes do Parque estadual da Serra da tiririca.
A imagem abaixo resume a proposta do Coletivo e da sua casa, demonstrando a integração e, ao mesmo tempo, a individualidade dos seus cooperados.
Além das atividades diretas, a casa pretende ser um espaço para acolher, ouvir e trocar ideias, de forma popular e com todas as pessoas que se aproximam do Movimento Economia Solidária, mesmo que levadas pela necessidade iminente de trabalho e renda. Temos grandes expectativas no trabalho do coletivo, pois vemos nele a oportunidade de contribuir em projetos que promovam o desenvolvimento
sustentável e a inclusão social.
Através das atividades dos membros do Coletivo Conexão Circular, o projeto possui muitos parceiros e anuência de instituições, como por exemplo, a União Brasileira de Mulheres, que fará formações e ações de escuta de mulheres, trazendo a temática da luta contra a violência, por sua identificação e
Acreditamos que essa iniciativa pode não apenas desenvolver empreendimentos na área da economia criativa, mas também contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa. Estamos ansiosos para participar e colaborar com ideias inovadoras que possam gerar um impacto positivo em nossa comunidade e no cenário econômico, valorizando princípios de cooperação, sustentabilidade e solidariedade.
Os 8 EES que são trabalhadores que prezam pelo respeito ao meio ambiente e ao social, se unem no Coletivo/Rede Conexão Circular têm seus caminhos cruzados nos eventos da rede conexão circular de empreendedorismo sustentável e nas feiras do fórum da Economia Solidária de Niterói. Onde o primeiro edital de fomento à economia solidária da prefeitura Municipal de Niterói teve um agregador para realização dos sonhos de cada EES e possibilitando a atuação em Rede. Alguns encontros se deram no curso Mulher Líder, realizado pela Codim em 2023, no qual surgiu a parceria entre Lívia Fernandes, Sheila Moreira e Lídia Souza. Desta parceria, a partir de discussões sobre o App Conexão Circular, que a Lívia já havia desenvolvido e se encontra em atualização, surgiu a ideia da Casa Circular, agregando os talentos dos EES atuais e a vocação natural do território. Em tempo, o App Conexão Circular se propõe como ferramenta para uma economia circular.
O Coletivo Conexão Circular e o projeto Casa Circular possuem, em seus quadros, pessoas diversas, a maioria de mulheres, onde as diferentes formações/vivências/experiências enriquecem o Coletivo, mas com o mesmo objetivo de fazer da Casa um ponto de convergência de suas habilidades e potencializá-las.
Segue breve histórico de cada EES
Fazedora de cultura sustentável, estudiosa do turismo de base comunitária, Condutora Ambiental do Parque Estadual da Serra da Tiririca, credenciada ao Inea Credencial: 009, idealizadora do Conexão Circular App e da Logos Casa Mar, Lívia Cavalcante Pereira Fernandes, moradora da Praia de Itaipu. Cadastrada no Fórum da Economia Solidária desde 2022, com o empreendimento Conexão Circular App, que cadastrou 20 trabalhadores da economia solidária gratuitamente, promovendo as vendas de seus produtos on line, por serem produtos sustentáveis.
A Logos Casa Mar, faz parte do Canto esquerdo da Praia de Itaipu, território de comunidade tradicional, situada em área de preservação ambiental e Zona de Especial interesse social (ZEIS-c), Reserva Marinha Extrativista de Itaipu e Zona de amortecimento do Parque Estadual da Serra da Tiririca. A casa é usada como hospedagem domiciliar, oficinas e eventos de pequeno porte há 8 anos, trazendo pessoas de diversas localidades, promovendo intercâmbios de comunidades tradicionais e oficinas de turismo de base comunitária ministrada pela própria Lívia.
Temos o intuito de inserir a participação desse empreendimento na Economia Solidária de Niterói, agregando nossos valores de economia circular e sustentabilidade ao coletivo que participamos.
Dulceana Jardim Cavalcante, é mãe da Lívia Fernandes, nivel superior incompleto em Tecnologia e gestão em turismo,é sócia da hospedagem domiciliar e tem se interessado e estudado sobre culinária sustentável e saudável, tem 63 anos, e tem interesse na reforma da casa para poder aprender mais com a formação em culinária sustentável, a horta e sobre todo o ciclo de vivências de ecoturismo local que poderá aprender e trabalhar.
Sheila Moreira, Professora de Biologia, Conselheira no Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, Coordenadora de Projetos pela AMEAS (Associação de Mulheres Empreendedoras Acontecendo em Saquarema e atuante em projetos de disseminação da cultura da culinária saudável com aproveitamento integral dos insumos. Cadastrada no Fórum da Economia Solidária em 2024 e atuante na comunidade do Preventório, junto ao Hospital Psiquiátrico, desenvolvendo projetos de mitigação de insegurança alimentar e geração de renda através de produtos alimentares saudáveis e sem glúten/lactose. Apresenta como proposta de trabalho, a implantação de oficinas de culinária, aproveitando integralmente os insumos do território e da horta a ser implantada na casa, gerando mais renda e uma alimentação mais rica, nutricionalmente.
Lídia Souza, assessora financeira, atuando em gestão pessoal, empresarial e educação financeira. Cadastrada no Fórum da Economia Solidária em 2024. Produz, divulga e vende Controle Financeiro Personalizado. Sua proposta para o edital é desenvolver suas atividades no espaço da casa, receber outros EES para aprenderem sobre gestão financeira,bem como promover cursos para a comunidade do território.
Olá, sou a Carmen Brasil, tenho 60 anos, apaixonada pela diversidade cultural e pela busca constante de conhecimento. Atuo na Economia Solidária há 04 anos desenvolvendo projetos na área de capacitação como oficineira, Gestão do Coletivo do Grupo Gestor da Loja da Ecosol Niterói e na Secretaria Executiva, como membro atuante. Como amante das artes e da história, minha missão é compartilhar histórias de herança que celebram a riqueza de nossa herança cultural e promovem a compreensão entre as pessoas. Juntos, podemos explorar o mundo, aprender uns com os outros e construir um futuro mais inclusivo e vibrante. Proponho as oficinas de tingimento natural de tecidos e confecção de bolsas, cangas e outras ideias com os tecidos de algodão.
Andréa do Nascimento Siqueira da Silva Barboza, atuando há quatro anos dentro do Fórum de Economia Solidária, através das feiras Campo de São Bento, Itaipu e Piratininga na produção e venda de utensílios de crochê. Pretende-se contribuir com oficinas de confecção de bolsas e utensílios a partir dos restos de redes descartadas pelos pescadores do território.
Leandro Augusto da Silva, Educador físico, morador e coordenador das atividades de militância em defesa do direito à ocupação do território do Quintal dos Pescadores de Itaipu. Praticante de Capoeira, desde 1989, o Mestre Tetel, integrante do Grupo Senzala é formado pelo núcleo Centro Cultural Senzala de Capoeira, reúne em suas aulas, alunos de todas as idades e espaços da sociedade de forma única e irreverente, apresentando essa arte genuinamente brasileira. Em função de sua formação acadêmica, o Mestre Tetel agrega os conhecimentos da nossa história colonial, à educação ambiental e à musicalidade para incluir os aprendizes na totalidade da prática corporal, do artesanato e os valores para a cidadania. Experiência com educação infantil, condução de visitantes no Parque Estadual da Serra da Tiririca e gestão pública.
Rosilene Augusta da Silva, tia do Leandro Augusto, moradora e articuladora das atividades de militância em defesa do direito à ocupação do território do Quintal dos Pescadores de Itaipu. Participa ativamente como ator social da articulação das ações de inventário participativo do Museu de Arqueologia de Itaipu, inclusive sendo citada no livro e nos materiais audiovisuais, é conselheira da Resex Marinha extrativista de Itaipu, aposentada e tem vasta experiência em educação e administração, pois trabalhou muitos anos em uma escola local.
Justificativa do uso dos recursos e discriminar em que se pretende investir o recurso
Através da escolha democrática, estabelecemos as linhas de gastos, onde o objetivo principal é reformar e equipar a casa para que todos do coletivo possam desenvolver, multiplicar conhecimento e potencializar os seus trabalhos e rendas. É importante ressaltar que mesmo durante a reforma as atividades estarão acontecendo nos espaços já reformados da casa, portanto o cronograma de trabalho não será afetado pela reforma, salvo em poucas ocasiões.
Cada EES priorizou suas necessidades, onde a alavancagem financeira oferecida pelo Edital supere os pontos nodais atuais na produção e qualidade de vida de cada empreendimento em favor do aumento de renda individual e fortalecimento do Coletivo Conexão Circular.
Outro ponto importante, consiste em criar estratégia de divulgação em mídias digitais promovendo a Casa Circular, o Coletivo e a Economia Solidária do território. Todos os passos serão documentados e divulgados, como forma de prestação de contas transparente dos recursos recebidos. Pleiteamos a partir deste projeto onde teremos como objetivos principais para o incentivo dos trabalhadores envolvidos neste projeto:
- Reforma na casa de um dos integrantes, onde já se pratica desde 2016, atividades relacionadas ao turismo, como hospedagem, aulas, intercâmbios com outras comunidades de trabalhadores da pesca artesanal, eventos e oficinas.
- Capacitação dos envolvidos em curso de turismo e eventos, destinados a atrativos naturais e turismo de base comunitária agentes multiplicadores de educação ambiental destinada ao turismo.
- Oficinas e orientações de Gestão financeira pessoal e empresarial, com ênfase nos EES de Niterói.
- Capacitação em horta orgânica e boas práticas em cozinha sustentável e saudável, usando as matérias primas do território.
- Artesanato. através de oficinas de tingimento natural de algodão, crochê utilizando restos de redes de pesca, criando peças a serem expostas e vendidas na própria casa.
- Esportes através de oficina de capoeira e eventos de grupos de capoeira.
- Disponibilizar um espaço para exposição e venda de artesanato sustentável dos integrantes do grupo e de outros EES do território.
Administração da Casa Circular
O Coletivo Conexão Circular coloca como forma de administração da casa a autogestão, onde a programação, organização e execução das atividades serão avaliadas em reunião ordinária mensal com a presença de todos, não excluindo outras necessárias para o bom andamento das atividades com a presença dos membros diretamente envolvidos. Eventuais despesas de manutenção e consumo (água, luz e gás) serão divididos de acordo com uso para cada atividade realizada.